E se dessa vez não?

Uma pomba passa correndo por mim no meio da praça, as pessoas também me ultrapassam com sua pressa cotidiana, eu fico. Vou andando como quem quer parar a qualquer momento, porque não sei se dou conta do próximo minuto de vida. Tenho medo da dor, me sinto machucada demais para receber mais um golpe. Parece que não aguento, que no próximo passo, dependendo da situação, eu me desintegro completamente.

Sei que deveria ter a coragem de me perder sem sumir, sei que deveria estar pronta para aguentar, mas no momento, como Amelie, meus ossos parecem de vidro. Tudo me dói como nunca antes, um olhar pode me machucar e parece que eu estou à beira da loucura, à beira de me perder em um labirinto que não tem saída.

Sei também que no fim existe saída e que até hoje eu sempre encontrei ela, mas e se dessa vez não?


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