Numa Turcatti, um gigante

Recentemente, assisti ao filme “Sociedade da Neve”, que conta a história dos adolescentes uruguaios que sofreram uma queda de avião nos Andes. Uma das particularidades mais belas dessa história é o quanto um grupo se organizou tão bem, a ponto de sobreviver em um ambiente hostil e, contrariamente ao que se pensa, elevaram a sua própria humanidade.

O personagem que mais me envolveu, certamente foi o de Numa Turcatti, não só porque ele é o narrador principal, mas pelo que ele representou para o grupo na “vida real”. Numa tinha uma espiritualidade gritantemente aguçada. Ajudou a salvar muita gente, foi um dos mais ativos no grupo de sobreviventes e, no entanto, veio a falecer, mas não sem deixar uma doce mensagem cheia de significado: “Não há maior amor do que dar a vida pelos seus amigos”.

Numa não conhecia mais ninguém no grupo, a não ser seu único amigo, mas assim denominou todos eles: amigos. A morte dele foi o que motivou e deu forças para a última expedição que veio a salvar o restante do grupo. Ele morreu como uma semente de esperança. Isso me faz pensar quantas pessoas gigantes e anônimas já existiram nesse mundo.
Numa morreu como um anônimo, mas foi gigante.


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