





Estou num limite absoluto. Subi o muro, sentei com a perna direita de um lado e a esquerda, de outro. Agora só preciso pular para o outro lado, porque o mais difícil, que era subir, já foi feito.
Mas o que tem do outro lado?
E se eu não souber lidar com esse, totalmente novo, ambiente?
Sinto-me tentada a recuar quando penso melhor, porém estou aqui agora por um motivo, aquele antigo lugar era bom, mas não cabia o olhar atento ao mundo e às pessoas, era apenas um buraco fechado em que só eu mesma entrava e me sufocava.
Eu já tinha me prometido que da vida eu quero tudo, e o máximo não dá para atingir trancada num campo cheio de Não’s. Liberdade e sacrifício não se contradizem, a primeira não existe sem o segundo e não escolher isso, é não escolher viver.
Eu só posso pular esse muro para o outro lado e rezar pra sobrar nem que seja um pouco do que eu entendo que sou eu hoje. Mas se não, eu sei que essa presença indizível ainda sobra.
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