Assisti à releitura de “Adoráveis Mulheres” feita em 2019 e confesso que estava com um pouco de medo, visto que me decepcionei profundamente com o recente filme baseado no livro Persuasão da escritora Jane Austen, contudo tive uma surpresa positiva ao perceber que as virtudes e características das personagens maravilhosas que esta história proporciona, são mantidas intactas e inabaladas. Eu costumo ver problema na ausência de fidedignidade das releituras, porém quando gosto muito de um personagem, se torna uma ofensa pessoal quando a delicadeza de seus gestos são alteradas.
Mas é que é uma tristeza que as pessoas percam o mais belo de uma obra, e pra mim isto aconteceu com o livro Persuasão, Anne era gentil, doce, silenciosa, indecisa e delicada, não brigona, determinada e astuta. É um erro grotesco trocar um personagem por outro, quando o autor visivelmente estava passando uma mensagem e quando mexem na obra de uma das minhas escritoras favoritas, como se fosse lixo, eu sinto raiva. Então não faz uma releitura! Inventa a própria história. Porém trago boas notícias, hoje descobri que felizmente há esperança para o cinema atual! Me reencantei com cada personagem, me vi em seus defeitos, admirei sua busca pelas virtudes e cheguei à mesma feliz conclusão que tive assistindo à releitura de 1994: preciso ser um ser humano melhor, preciso ser mais amável com os outros, preciso não ter medo de deixar que minha delicadeza e meu amor se expandam, porque é essa doçura e essa delicadeza que tornam o mundo mais belos.
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