Uma ode ao passado

Quando eu olho para o passado, lembro como se fosse um filme em teceira pessoa, essa alma mais distante, mais apática, mais desanimada que vivia em mim e fazia todas as coisas por meu intermédio também se comunicou e expressou suas opiniões sobre o mundo, completamente distorcidas e vagas.

Não me reconheço lá atrás, não sinto falta do que já fui, sinto apenas uma profunda pena, porque o que construí no passado é o que tento apagar e consertar hoje.

Poderia ter sido muito pior, é verdade. Mas já disse coisas que feriram aqueles que mais amo, já iniciei um caminho de desconstrução jovem e desvairada que me levou a um vazio infértil e sórdido, já fui correndo executar tudo aquilo que os “diferentes” diziam que era legal até não sobrar nada.

E me perdi. Não exatamente de mim como eu era, mas da essência mais profunda que eu deveria tocar. Só que desse nada, surgiu tudo o que veio depois.

Vejo as fotos antigas e sinto saudade das pessoas, mas não tenho vontade de vê-las, porque isso seria lembrar de quem já fui e eu não quero isso.

Eu me transformei em coisas diferentes muitas vezes e qualquer um que me conheça há mais de 5 anos pode confirmar isso, mas apesar das constantes mudanças, nenhuma foi como dessa vez.

É como se eu tivesse acabado e começado de novo. Eu realmente não sou mais a mesma. Reiniciei completamente e corre o risco de nem lembrar o que aconteceu antes, porque é como se o antes, já não fosse mais eu.

Ainda assim, essa foto me lembra de uma coisa boa que restou e que eu quero que me acompanhe até o túmulo. Eu posso ter me enganado muito, mas eu sempre busquei a Verdade, mesmo que doesse, mesmo que precisasse me revirar e mudar completamente, meu compromisso na vida sempre foi viver ela do jeito ideal e eu sempre acreditei que existe um jeito ideal de viver.


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